Balanças Comerciais, Indústria e Tarifas: O Mundo Sob a Ótica de Trump

Balanças Comerciais, Indústria e Tarifas: O Mundo Sob a Ótica de Trump
Donald Trump está tentando desfazer padrões comerciais que se desenvolveram ao longo de décadas — de fato, ele baseou suas tarifas do “Dia da Libertação” nos saldos comerciais de bens mostrados no gráfico da CEIC. (No momento da publicação, Trump havia pausado essas tarifas “retaliatórias” para todos os países, exceto a China, que enfrenta tarifas de até 125%).
Balanças Comerciais, Indústria e Tarifas: O Mundo Sob a Ótica de Trump

🌐 Balanças Comerciais, Indústria e Tarifas: O Mundo Sob a Ótica de Trump

 

🌍 1. O mundo em desequilíbrio comercial

China lidera como maior exportador líquido de bens há duas décadas, enquanto os EUA seguem como maior importador desde os anos 80 — um cenário que Trump quer reverter com tarifas agressivas.

🇺🇸 2. A ideologia por trás das tarifas

Trump mira na balança comercial e no declínio da manufatura americana, usando tarifas como arma para tentar restaurar a produção doméstica — ainda que isso leve tempo e afete o custo de vida.

📉 3. O declínio da indústria nos EUA

De um terço do emprego pós-Segunda Guerra para apenas 8% hoje: o gráfico da CEIC mostra a queda contínua dos empregos na indústria americana.

💸 4. Riscos à renda do consumidor

Com a demanda inelástica, tarifas elevam preços e reduzem o poder de compra, o que pode frear o consumo e prejudicar a economia dos EUA.

📊 5. Alerta no radar da inflação

O índice de preços pagos pelos produtores (PMI) já aponta alta por três meses seguidos — um prenúncio de nova pressão inflacionária sobre o consumidor.


Uma perspectiva global sobre as balanças comerciais e o setor industrial que incomodam Trump

Donald Trump está tentando desfazer padrões comerciais que se desenvolveram ao longo de décadas — de fato, ele baseou suas tarifas do “Dia da Libertação” nos saldos comerciais de bens mostrados no gráfico da CEIC. (No momento da publicação, Trump havia pausado essas tarifas “retaliatórias” para todos os países, exceto a China, que enfrenta tarifas de até 125%).

A China tem sido o maior exportador líquido de bens do mundo por cerca de duas décadas. (Ela chegou até mesmo a superar o total combinado dos maiores exportadores de petróleo — incluindo os países do Golfo, Rússia e Noruega — a partir de 2014). As economias conectoras do ASEAN-6 também cresceram em importância após a pandemia; e agora, também estão no radar de Trump.

Enquanto isso, os EUA têm sido o maior importador líquido de bens desde os anos 1980. Vale destacar que a União Europeia oscila entre exportadora e importadora líquida de bens em tempos de preços elevados de energia — como em 2006-08 e no choque de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Nos EUA, os fatores estruturais que sustentam essa realidade incluem: a demanda global contínua por títulos em dólar (sobretudo de economias orientadas à exportação como a China); o aumento dos custos trabalhistas desde os anos 60 e 70, quando o país ainda era exportador líquido de bens; e a crescente competitividade dos produtores estrangeiros. Essa dinâmica garantiu estabilidade financeira nos EUA, tornou os bens importados mais baratos e permitiu déficits orçamentários persistentes — mas também contribuiu para a erosão da base industrial americana, ponto central na ideologia de Trump.

A CEIC ilustra essa queda no segundo gráfico: empregos na indústria representavam cerca de um terço da força de trabalho não agrícola dos EUA após a Segunda Guerra Mundial; hoje, são apenas cerca de 8%.

Na teoria, preços mais altos provocados por tarifas sobre bens importados poderiam abrir espaço para uma retomada da indústria doméstica, que passaria a suprir parte da demanda. No entanto, essas mudanças levam tempo, e o padrão de vida dos americanos pode ser impactado no curto prazo.

A eficácia da abordagem de Trump depende fortemente da elasticidade da demanda. Se a demanda for relativamente inelástica, os consumidores serão forçados a absorver os preços mais altos — reduzindo seu poder de compra e potencialmente desacelerando o consumo.

No lado da oferta, as tarifas podem aumentar o custo de insumos intermediários essenciais, levando empresas a subir preços, cortar produção ou recorrer a substitutos de menor qualidade. Nesse contexto, o gráfico final da CEIC é crucial.

Ele mostra os preços pagos pelas empresas conforme registrado pelo índice PMI (Purchasing Managers’ Index) do Institute for Supply Management. Esse indicador já apresenta forte aceleração por três meses consecutivos — um movimento que, historicamente, costuma antecipar elevações nos preços ao consumidor, como foi visto na onda inflacionária de 2021-2022.


 

Fontes: CEIC Insights – Industry Report.

 

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