O PIB dos EUA decepciona – mas o consumo continua forte. Enquanto isso, a Europa estagna
O PIB dos EUA decepciona – mas o consumo continua forte. Enquanto isso, a Europa estagna
A economia dos EUA cresceu a um ritmo mais lento do que o esperado no último trimestre de 2024, expandindo-se a uma taxa anualizada de 2,3% em relação ao trimestre anterior. Esse resultado ficou abaixo da estimativa de consenso de 2,6%.
No entanto, os mercados interpretaram em grande parte o relatório do PIB como um sinal de força. Isso se deve ao aparentemente imparável consumidor americano, como demonstra nosso primeiro gráfico. Os gastos com consumo pessoal (PCE) contribuíram com 2,8 pontos percentuais para a taxa de crescimento, o maior impacto desde o primeiro trimestre de 2023.
Esse consumo robusto – que representa a maior parte da economia americana – também ajuda a contextualizar a decisão do Federal Reserve de manter sua taxa de juros inalterada nesta semana.
O componente PCE em si cresceu 4,2% no quarto trimestre; o consumo de bens duráveis saltou 12,1% – o primeiro crescimento de dois dígitos desde o início de 2023. A categoria de bens duráveis inclui veículos motorizados e produtos recreativos, e compras de alto valor como essas tendem a indicar que os americanos estão otimistas em relação à sua situação financeira futura.
O que então puxou o PIB para baixo? O ritmo mais lento de acumulação de estoques e a queda nos investimentos foram os principais fatores negativos, cada um reduzindo um ponto percentual do crescimento. De acordo com algumas interpretações, as empresas estavam vendendo bens duráveis a partir dos estoques para atender à crescente demanda dos consumidores – um sinal de potencial fortalecimento econômico futuro quando esses estoques forem repostos. A queda nos investimentos pode estar relacionada à incerteza sobre mudanças nas políticas devido à nova administração nos EUA, bem como à greve na Boeing.
A ampla força dos EUA contrasta com a fraqueza persistente do outro lado do Atlântico. O Banco Central Europeu cortou as taxas de juros em mais 25 pontos-base na quinta-feira; um dia antes, dados mostraram que a zona do euro não conseguiu crescer no quarto trimestre, apesar das projeções de um leve aumento (0,1%).
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Fontes: CEIC EPRF Insights – Industry Report.