Ouro e bancos centrais: o retorno do metal como pilar de segurança monetária

Bancos Centrais Reescrevem as Regras das Commodities
Dados da CEIC mostram que, após a crise financeira global, bancos centrais de economias emergentes — como China, Rússia e Turquia — passaram a acumular ouro como estratégia de diversificação de reservas e proteção contra a dominância do dólar americano. O gráfico da CEIC revela momentos-chave desse movimento: a China realizou dois ciclos significativos de compras, entre 2009–2010 e novamente em 2015–2016; a Rússia foi protagonista no período de 2014 a 2020, respondendo por boa parte das compras mundiais até interromper suas aquisições; a Turquia, por sua vez, apresentou uma trajetória volátil, alternando entre compras e vendas, refletindo instabilidades macroeconômicas.
Bancos Centrais Reescrevem as Regras das Commodities

Ouro e bancos centrais: o retorno do metal como pilar de segurança monetária

Compras globais de ouro por autoridades monetárias se intensificam em meio a um cenário geopolítico volátil

O preço do ouro ultrapassou a marca histórica de USD 3.200 por onça em 2025, impulsionado por incertezas políticas, especialmente após o anúncio de novas tarifas comerciais por Donald Trump. No entanto, o verdadeiro motor por trás dessa valorização é um movimento de longo prazo: a forte e contínua compra de ouro pelos bancos centrais desde 2008.

O gráfico abaixo, com dados da CEIC, mostra de forma clara essa trajetória:

📊 Acumulação de reservas de ouro pelos principais bancos centrais (2009–2025)

 

Gold reserve accumulation by major central banks

 

O que o gráfico revela:

  • China realizou dois ciclos significativos de compras: entre 2009–2010 e novamente em 2015–2016, com impactos visíveis nas reservas globais.

  • Rússia foi protagonista no período 2014–2020, respondendo por boa parte das compras mundiais até interromper suas aquisições.

  • Turquia teve uma trajetória volátil, alternando entre compras e vendas, refletindo sua instabilidade macroeconômica.

  • A partir de 2020, um grupo mais diverso de países — como Singapura, Polônia, Hungria, Catar e Cazaquistão — passou a acumular ouro, sinalizando um movimento global mais distribuído.

  • A linha roxa indica a variação percentual das reservas mundiais, espelhando o impacto cumulativo dessas decisões.

 

Por que os bancos centrais estão comprando ouro?

Desde a crise de 2008, o ouro voltou a ser visto como um porto seguro contra choques externos e um instrumento de proteção contra a hegemonia do dólar. Para países emergentes, em especial, o ouro oferece um caminho para maior autonomia financeira.

O debate entre os países do bloco BRICS sobre uma moeda lastreada em ouro reforça essa visão: trata-se de um movimento em busca de soberania monetária e resiliência em um sistema financeiro cada vez mais multipolar.

Com políticas externas mais erráticas por parte dos EUA e tensões geopolíticas em alta, a tendência de diversificação das reservas internacionais deve continuar. O ouro, longe de ser apenas um ativo tradicional, volta a ocupar um papel central na estratégia de muitos bancos centrais.

 

Siga a CEIC Insights para acompanhar de perto como os fluxos globais de capitais e commodities estão moldando o futuro da economia mundial.

 

 

Fontes: CEIC Insights – Industry Report.

 

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