Ouro e bancos centrais: o retorno do metal como pilar de segurança monetária


Ouro e bancos centrais: o retorno do metal como pilar de segurança monetária
Compras globais de ouro por autoridades monetárias se intensificam em meio a um cenário geopolítico volátil
O preço do ouro ultrapassou a marca histórica de USD 3.200 por onça em 2025, impulsionado por incertezas políticas, especialmente após o anúncio de novas tarifas comerciais por Donald Trump. No entanto, o verdadeiro motor por trás dessa valorização é um movimento de longo prazo: a forte e contínua compra de ouro pelos bancos centrais desde 2008.
O gráfico abaixo, com dados da CEIC, mostra de forma clara essa trajetória:
📊 Acumulação de reservas de ouro pelos principais bancos centrais (2009–2025)

O que o gráfico revela:
China realizou dois ciclos significativos de compras: entre 2009–2010 e novamente em 2015–2016, com impactos visíveis nas reservas globais.
Rússia foi protagonista no período 2014–2020, respondendo por boa parte das compras mundiais até interromper suas aquisições.
Turquia teve uma trajetória volátil, alternando entre compras e vendas, refletindo sua instabilidade macroeconômica.
A partir de 2020, um grupo mais diverso de países — como Singapura, Polônia, Hungria, Catar e Cazaquistão — passou a acumular ouro, sinalizando um movimento global mais distribuído.
A linha roxa indica a variação percentual das reservas mundiais, espelhando o impacto cumulativo dessas decisões.
Por que os bancos centrais estão comprando ouro?
Desde a crise de 2008, o ouro voltou a ser visto como um porto seguro contra choques externos e um instrumento de proteção contra a hegemonia do dólar. Para países emergentes, em especial, o ouro oferece um caminho para maior autonomia financeira.
O debate entre os países do bloco BRICS sobre uma moeda lastreada em ouro reforça essa visão: trata-se de um movimento em busca de soberania monetária e resiliência em um sistema financeiro cada vez mais multipolar.
Com políticas externas mais erráticas por parte dos EUA e tensões geopolíticas em alta, a tendência de diversificação das reservas internacionais deve continuar. O ouro, longe de ser apenas um ativo tradicional, volta a ocupar um papel central na estratégia de muitos bancos centrais.
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Fontes: CEIC Insights – Industry Report.