Capital Global em Movimento - Investimentos Estrangeiros e o Yuan


Capital Global em Movimento - Investimentos Estrangeiros e o Yuan
As estatísticas do balanço de pagamentos da China são um indicador essencial para medir os fluxos de investimento estrangeiro na maior economia da Ásia. No entanto, os dados da EPFR oferecem uma visão antecipada e mais frequente desses movimentos, permitindo insights mais dinâmicos e oportunos sobre a entrada e saída de capitais.
Para ilustrar essa correlação, comparamos os fluxos internacionais de capital para a bolsa e os títulos chineses com um indicador-chave do balanço de pagamentos.
(Especificamente, analisamos a linha "Investimento de Carteira: Passivos" da conta financeira do balanço de pagamentos. Quando o capital estrangeiro entra nos mercados chineses, isso se reflete no aumento dessas passivos. Esses dados são mais amplos que os da EPFR, que se concentram em fluxos de fundos de investimento e ETFs.)
Nosso segundo gráfico destaca cinco grandes "eras" dos fluxos de capital para a China, revelando também um fator crucial: a taxa de câmbio do yuan.
Os fluxos de capital estrangeiro têm um impacto direto na moeda chinesa: entradas de capital podem fortalecer o yuan, enquanto saídas podem enfraquecê-lo. Essas oscilações também influenciam as decisões dos gestores de investimento: um yuan em queda pode incentivar a retirada de fundos, e um yuan valorizado pode atrair novos investimentos.
As cinco eras dos fluxos de fundos para a China
- ✅ 2008-2014: Um ciclo positivo se estabelece: com o yuan se valorizando, o capital estrangeiro flui continuamente para os mercados chineses no período pós-crise financeira global.
- ⚠️ 2015-2016: A reforma cambial de 11 de agosto de 2015 ("8/11 Exchange Rate Reform") levou à desvalorização do yuan. A expectativa de queda na moeda acelerou a fuga de capitais, gerando um ciclo negativo de desvalorização e saída de investimentos.
- 📈 2017-2019: Com a estabilização da taxa de câmbio, a confiança dos investidores estrangeiros foi restaurada e os fluxos voltaram a crescer. Durante esse período, o mercado financeiro chinês se tornou mais acessível ao capital estrangeiro, e o yuan passou por um processo de "internacionalização". A interligação das bolsas de Xangai e Shenzhen com Hong Kong impulsionou ainda mais os investimentos.
- 🌍 2020-2022: A pandemia e a divergência das políticas monetárias globais trouxeram volatilidade. A China, que inicialmente controlou a Covid-19 de maneira eficaz, atraiu influxos e viu o yuan se valorizar. No entanto, com a alta agressiva dos juros pelo Federal Reserve em 2022, o dólar se fortaleceu, resultando em saída de capitais da China e desvalorização do yuan.
- 📉 2023 em diante: As saídas de capital superaram as entradas, refletindo mudanças estruturais na economia chinesa, um dólar forte e um ambiente de fluxos internacionais instáveis.
A EPFR também rastreia diferentes categorias de fundos: fundos de ações e títulos globais versus aqueles focados exclusivamente na China, por exemplo. Incluímos nos gráficos a correlação entre os dados da EPFR e o balanço de pagamentos. Uma correlação de 1 indicaria movimentações em total sincronia; alguns de nossos gráficos mostram correlações próximas de 0,4, consideradas moderadamente positivas. A maior correlação foi encontrada nos dados da EPFR sobre fundos de dívida chinesa.
Os dados da EPFR fornecem aos usuários da CEIC uma leitura valiosa do sentimento dos investidores internacionais, rastreando os fluxos de dinheiro transnacionais em bases mensal, semanal e até mesmo diária. Em contraste, os dados oficiais do balanço de pagamentos da China são divulgados trimestralmente, sendo os mais recentes referentes ao terceiro trimestre do ano passado.
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Fontes: CEIC Insights – Industry Report.